Coterapia para casais: o que é, como funciona e por que escolher esse modelo no Instituto Hiddes
- Ricardo Vieira

- 2 de ago
- 5 min de leitura
Atualizado: 21 de ago
Você já ouviu falar em coterapia para casais? O termo tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente após reportagens como a publicada pelo G1 em agosto de 2025, que mostram a atuação de duplas de terapeutas nos atendimentos conjugais.
Mas o que exatamente é coterapia? E como ela pode ajudar casais em crise, em fase de reconstrução ou mesmo em busca de mais conexão?

No Instituto Hiddes, utilizamos um modelo de coterapia que vai além do que normalmente é apresentado. Mais do que dois profissionais na sala, oferecemos um cuidado integrado: cada cônjuge recebe acompanhamento individual com um de nós (Ricardo ou Leila), enquanto as sessões conjuntas são conduzidas a quatro mãos, com foco no relacionamento como o verdadeiro paciente. Essa combinação tem se mostrado profundamente transformadora.
Neste artigo, vamos explicar como funciona a coterapia para casais, quais os benefícios desse modelo ampliado e por que ele pode ser o suporte que você e seu parceiro(a) estão buscando.
O que é coterapia e por que ela tem ganhado espaço?
A coterapia é um formato terapêutico em que duas pessoas atuam juntas no acompanhamento de um casal. Em geral, essa dupla é composta por terapeutas conjugais, psicólogos ou psicanalistas, que conduzem a sessão de forma colaborativa, oferecendo diferentes olhares sobre a dinâmica relacional.
A presença de dois profissionais permite que nuances sejam percebidas com mais clareza, além de criar um ambiente mais equilibrado — especialmente em situações de conflito ou desequilíbrio de poder.
O modelo tradicional de coterapia foca apenas na sessão com o casal, mas no Instituto Hiddes ampliamos esse olhar: não tratamos apenas a relação a dois, mas também os mundos internos de cada um. Isso garante um suporte mais profundo e resultados mais sustentáveis.
Como funciona a coterapia para casais no Instituto Hiddes?
Nosso modelo parte de uma premissa essencial: o verdadeiro paciente é o relacionamento. No entanto, não se pode transformar um vínculo sem cuidar também de quem o sustenta.
Por isso, estruturamos a coterapia da seguinte forma:
Acompanhamento individual:
Cada membro do casal é acompanhado por um terapeuta diferente. O marido, por Ricardo Vieira. A esposa, por Leila Vieira. Essa divisão estratégica permite aprofundar questões individuais como traumas, bloqueios emocionais, crenças disfuncionais e dificuldades na expressão afetiva ou sexual — sem que o parceiro esteja presente para interferir ou se sentir acusado.
Sessões com o casal:
Nas sessões conjuntas, atuamos em coterapia. Isso significa que tanto Ricardo quanto Leila estão presentes, conduzindo juntos a escuta ativa, a mediação dos conflitos e a criação de novos acordos. O foco aqui é o vínculo, a comunicação assertiva, o afeto e a construção de uma relação mais consciente e equilibrada.
Abordagem integrada e personalizada:
O trabalho individual alimenta a terapia de casal e vice-versa. Quando necessário, utilizamos ferramentas como o DISC (perfil comportamental), as Cinco Linguagens do Amor, práticas de Mindfulness, hipnose clínica e técnicas de regulação emocional para ampliar o repertório afetivo e relacional de cada parceiro.
Por que esse modelo oferece mais segurança ao casal?
Muitos casais chegam até nós inseguros. Um teme ser julgado. Outro teme ser ignorado. Há receio de que o terapeuta tome partido ou que assuntos delicados venham à tona de forma desorganizada.
A estrutura de coterapia que utilizamos no Instituto Hiddes minimiza esses riscos e cria um ambiente de confiança real. Veja por quê:
Cada cônjuge tem espaço individual de escuta, acolhimento e elaboração emocional.
Isso significa que sentimentos difíceis, traumas antigos ou temas delicados podem ser trabalhados com profundidade antes de serem levados à sessão conjunta.
Mantemos um compromisso ético absoluto com a confidencialidade das sessões individuais.
Nada do que é compartilhado entre terapeuta e paciente individual é revelado ao outro cônjuge. Somente o próprio parceiro(a) pode decidir trazer o tema para a sessão a dois. Esse compromisso ético permite que emoções difíceis sejam acolhidas com escuta especializada e orientadas com responsabilidade, sem exposição.
Incentivamos essa autonomia com responsabilidade.
Se um ponto individual precisa ser trabalhado no relacionamento, incentivamos que cada cônjuge traga espontaneamente para a sessão conjunta aquilo que acredita ser importante para o relacionamento — e, uma vez trazido, podemos trabalhar suas raízes nas sessões individuais com cada um, de forma cuidadosa e complementar, respeitando todos os envolvidos.
A condução conjunta evita que um terapeuta seja percebido como aliado ou antagonista.
Ambos mantemos uma postura equânime e empática, voltada para o bem-estar do relacionamento — e não para reforçar narrativas de culpa ou razão.
Além disso, somos um casal cuidando de casais.
Nós, Leila e Ricardo, somos parceiros na vida e na profissão. Vivenciamos a realidade da vida conjugal em suas alegrias, desafios e aprendizados. Esse vínculo não só fortalece nossa presença terapêutica, como também nos permite compreender com mais profundidade a complexidade de estar em um relacionamento a dois.
Esse conjunto de elementos — confidencialidade, ética, acolhimento e experiência vivida — confere ao casal mais segurança, mais equilíbrio e um espaço verdadeiramente protegido para o crescimento.
Quem pode se beneficiar da coterapia?
A coterapia é indicada para casais em diferentes contextos:
Casais em crise que precisam reconstruir o vínculo;
Casais em fase de separação que desejam conduzir o processo com respeito;
Casais que vivem relações não-monogâmicas e querem lidar com os desafios dessa escolha;
Casais que enfrentam dificuldades sexuais ou emocionais;
Casais homoafetivos, que merecem um espaço terapêutico seguro, sem julgamentos e com escuta empática das especificidades afetivas, sociais e familiares de suas vivências.
Casais que buscam aprofundar sua relação mesmo sem conflitos aparentes;
Casais que enfrentam conflitos recorrentes e precisam ressignificar o passado ou desejam melhorar a comunicação, a intimidade e a parceria;
O modelo de coterapia é especialmente útil em situações delicadas, como desequilíbrio de poder, histórico de traição em que o casal busca reconstruir a confiança e avaliar o perdão, dependência emocional, ciúmes intensos ou dificuldades graves de escuta.
Nessas situações, o trabalho com uma dupla de terapeutas amplia a percepção, traz mais equilíbrio às intervenções e favorece a reconstrução do vínculo de forma mais profunda e respeitosa.
O que dizem os estudos sobre a coterapia?
Estudos na área da Terapia Sistêmica e da Terapia de Casal apontam que o trabalho em coterapia aumenta a percepção de equidade entre os parceiros e contribui para a redução de impasses relacionais. A presença de dois profissionais facilita a identificação de padrões disfuncionais e amplia a capacidade de intervenção terapêutica (Nichols, 2021).
Além disso, a combinação entre sessões individuais e sessões conjugais, quando bem conduzida, promove um desenvolvimento mais profundo, já que considera tanto o vínculo quanto a individualidade de cada um.
Conclusão: muito além de dois terapeutas na sala
A coterapia, no modelo que desenvolvemos no Instituto Hiddes, é mais do que um diferencial técnico. É uma escolha ética, profunda e compassiva de cuidar dos relacionamentos com o respeito e a atenção que eles merecem.
Se você sente que sua relação está em desequilíbrio, se há mágoas não resolvidas ou se vocês desejam construir algo mais saudável e verdadeiro, estamos aqui para ajudar.


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