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Ser prioridade não é egoísmo: é autoamor

Atualizado: 10 de set.

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”— (Mateus 22:39)

Essa frase é conhecida por todos nós. Mas, ao longo do tempo, ela foi mal interpretada — como se significasse apenas que devemos nos doar, servir, olhar sempre para o outro.


O que poucos percebem é que essa afirmação carrega uma ordem profunda e lógica: somente podemos amar verdadeiramente o próximo se soubermos amar a nós mesmos.


Mas, em uma sociedade que associa amor-próprio ao egoísmo e autocuidado à fraqueza, muitos aprenderam a se colocar por último… E, com isso, se desconectaram de si, de suas necessidades, de seus limites e da própria essência.


O verdadeiro amor não nasce da anulação de si. Nasce da inteireza.

Neste artigo, vamos refletir sobre o que significa se colocar como prioridade — não por vaidade ou autoproteção exagerada, mas como um ato terapêutico, espiritual e profundamente humano.


Vamos entender por que a realidade subjetiva que criamos em nossa mente depende do valor que damos a nós mesmos, e como essa escolha impacta diretamente a forma como reagimos às pessoas, às relações e à vida.


O mito do egoísmo: quando cuidar de si é visto como pecado


Desde cedo, muitos de nós fomos ensinados a não pensar em nós mesmos. A cultura, a religião, a educação moralizada nos dizem:


  • “Não seja egoísta.”

  • “Coloque o outro em primeiro lugar.”

  • “Seja bom, seja generoso, seja humilde.”


Sim — agir com generosidade, humildade e empatia são virtudes essenciais. Mas não à custa de si mesmo. O que acontece quando passamos a vida tentando agradar, servir, amar… sem jamais olhar para dentro?


O resultado é esse que vemos todos os dias na clínica:


  • Relações com trocas desiguais, onde um dá tudo e o outro pouco.

  • Pessoas esgotadas emocionalmente por excesso de doação.

  • Explosões emocionais vindas de uma conta afetiva que nunca é paga.

  • Autoestima fragmentada, sempre dependente do olhar alheio.


Isso não é amor. É abandono de si.


E quando a pessoa que se anula finalmente diz “chega”, normalmente o outro reage como se ela estivesse sendo egoísta. Na verdade, ela está apenas voltando para casa. Finalmente assumindo o próprio centro — lugar que nunca deveria ter sido abandonado.


Amar ao próximo como a ti mesmo: a chave esquecida


Se olharmos com atenção, a frase bíblica é clara:“como a ti mesmo” é o padrão de medida do amor que oferecemos.


Se eu não sei me ouvir, dificilmente escutarei o outro com profundidade. Se eu não aprendi a me acolher, serei exigente, impaciente ou frio com quem convive comigo. Se eu não respeito os meus próprios limites, permitirei que os outros ultrapassem todos eles.

“Dizer ‘sim’ para os outros, quando queremos dizer ‘não’, nos esgota e nos afasta de nós mesmos.”– Brené Brown, pesquisadora em vulnerabilidade e coragem.

O amor que você oferece começa no amor que você cultiva dentro de si


E quando isso não acontece, viver se torna um exercício constante de reação — tentando controlar o que os outros pensam, esperando reconhecimento, se frustrando com a ausência de retorno.


É como tentar saciar a sede com um copo vazio. Você estende o copo para o mundo, mas esqueceu de preenchê-lo em si mesmo.


Quando você não se prioriza, se torna refém dos estímulos externos

"Amar a si mesmo desprezando ou ignorando os outros é pura presunção; amar os outros desprezando a si mesmo é falta de amor-próprio". Walter Riso

A falta de amor-próprio não gera apenas tristeza ou baixa autoestima. Ela fragiliza a estrutura emocional de forma profunda, tornando a pessoa:


  • Reativa: qualquer crítica vira ofensa pessoal.

  • Carente: qualquer ausência vira sinal de rejeição.

  • Controladora: qualquer incerteza vira ameaça.

  • Dependente: qualquer opinião vira sentença.


Quando não me priorizo, fico vulnerável às decisões, falas e comportamentos alheios. Como uma bússola girando em desordem, fico à mercê do que os outros fazem — e deixo de ser autor da minha própria experiência.

“Ser autor da própria história é resgatar o comando da mente e escrever capítulos conscientes da existência.” Augusto Cury, psiquiatra e escritor brasileiro.

A realidade subjetiva nasce da forma como você se trata


A forma como você se vê influencia diretamente a forma como percebe o mundo. A sua realidade subjetiva é construída a partir da forma como você se valoriza.


Se você acredita que não merece ser prioridade, vai atrair situações que confirmam isso. Se você não se escuta, vai se relacionar com pessoas que também não escutam suas necessidades. Se você não se acolhe, vai buscar no outro uma reparação que nem sempre virá.


E aí nasce a frustração: Esperar do mundo aquilo que você mesmo não se dá.


A realidade externa passa a espelhar sua autopercepção. Não como punição — mas como um reflexo. Como um convite para voltar o olhar para dentro.


Ser prioridade é um ato de amor — não de egoísmo

“O que negas te submete. O que aceitas te transforma.”– Carl Gustav Jung, psiquiatra e fundador da psicologia analítica.

Você não precisa abandonar ninguém para se priorizar. Não precisa se tornar individualista, frio ou fechado. Se priorizar é, na verdade, a única forma de amar com consciência.


Porque quando você está conectado consigo, você:


  • Sabe o que sente.

  • Sabe o que precisa.

  • Sabe até onde pode ir.

  • Sabe onde precisa dizer não.

  • E também sabe onde pode se abrir com autenticidade.


Esse amor lúcido e equilibrado não gera carência, mas vínculo. Não gera dependência, mas presença.


E, ao contrário do que muitos pensam, quem se prioriza de forma consciente não se isola — se fortalece. E essa força gera presença verdadeira, capacidade de escuta e relações mais íntegras.


Curar a ferida da não prioridade: da reatividade à escolha consciente


Muitas pessoas que não se sentem priorizadas carregam feridas antigas. Feridas que vêm da infância, da adolescência, da forma como foram tratadas por figuras de referência.


Essas dores não desaparecem com racionalizações. Mas elas podem ser curadas com consciência, escuta interna e decisões coerentes.


Quando você decide ser sua própria prioridade, algo muda:


  • Você deixa de tentar consertar o outro.

  • Deixa de exigir atenção como forma de sobrevivência.

  • E começa a viver relações mais leves, onde há espaço para o amor fluir.


Ser prioridade é deixar de viver no modo “espera” — esperando que o outro me veja, me valorize, me escolha. É aprender a se ver, se valorizar, se escolher — com presença, com compaixão e com coragem.


Amar a si é o primeiro passo para amar o outro com verdade


O verdadeiro amor não nasce da anulação de si. Nasce da inteireza.


Quando você se escolhe com respeito, com presença, com carinho, você ensina ao outro como deseja ser amado. Você se torna mais estável emocionalmente, mais empático, menos reativo e mais livre.


E aí sim… você pode amar o próximo. Como a ti mesmo.


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Sua interação nos ajuda a espalhar reflexões que transformam vidas. Deixe seu comentário aqui: como tem sido sua relação com o amor-próprio?


E se você deseja iniciar um processo de desenvolvimento emocional para reconstruir esse vínculo com você mesmo, conheça o nosso trabalho no Instituto Hiddes — onde o autocuidado se torna caminho de consciência e libertação.

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